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Os novos reinos e o renascimento de Bizâncio
Os novos reinos e o renascimento de Bizâncio

Peça de marfim otoniana do século X, mostrando Cristo a receber a Catedral de Magdeburgo das mãos do imperador Oto I

Os esforços dos reinos locais para repelir os invasores levaram à formação de novas entidades políticas. Em Inglaterra, o rei Alfredo obteve no final doséculo VIII um acordo com os invasores Vikings, que previa o estabelecimento de colónias Dinamarquesas na Nortúmbria, Mércia e partes da Ânglia Oriental.[76] Em meados do sécuo X, os descendentes de Alfredo tinham já reconquistado a Nortúmbria e restabelecido o domínio inglês sobre a maior parte do Sul da ilha.[77] A Norte, Kenneth I uniu os Pictos e os Escoceses no Reino da Escócia.[78] Durante o início do século X, a dinastia otonianadominava já a Germânia e procurou repelir as invasões magiares. O restabelecimento do território culminou com a coroação de Oto I como imperador em 962.[79] Em 972, Oto garantiu o reconhecimento do título pelo Império Bizantino, e legitimou o facto com o casamento do seu filho Oto II comTeofânia, filha do anterior imperador Bizantino Romano II.[80] Depois de um período de instabilidade, o Reino Itálico seria colocado sob influência otoniana em finais do século X.[81] A Frância ocidental fragmentou-se ainda mais, e embora de jure tenha existido uma corte, grande parte do poder estava entregue a senhores locais.[82]

Ao longo dos séculos IX e X os reinos escandinavos da SuéciaDinamarca e Noruega foram conquistando território e influência. Alguns dos monarcas converteram-se ao cristianismo, fruto do esforço missionário do mesmo período, embora o processo de cristianização só tenha sido completo por volta do ano 1000. Os reinos escandinavos continuaram também a estabelecer colónias ao longo do território europeu; para além das já existentes na Irlanda, Inglaterra e Normandia, colonizaram também a Islândia e em territórios que viriam a fazer parte da Rússia. Mercadores suecos chegaram a estabelecer-se nos rios das estepes russas e mesmo a tentar cercar Constantinopla em 860 e 907.[83] A Espanha cristã, inicialmente confinada a um pequeno território a norte depois da conquista muçulmana, começou a reconquistar território a sul durante os séculos IX e X, estabelecendo durante o processo os reinos das Astúrias e de Leão.[84]

Na Europa de Leste, o Império Bizantino assistiu a um novo período de apogeu durante o reinado de Basílio I e dos seus descendentes Leão VI eConstantino VII, membros da dinastia Macedónica. O comércio intensificou-se e implementou-se uma reforma administrativa uniforme a todas as províncias do império. O exército foi reorganizado, o que permitiu aos imperadores João I e Basílio II alargar a sua extensão territorial em todas as frentes. A corte imperial foi o centro do revivalismo clássico, momento que viria a ficar conhecido como Renascimento Macedónio.[85] Os esforços missionários tanto de clérigos orientais como ocidentais estiveram na origem da conversão dos MoráviosBúlgarosBoémiosPolacosMagiares e os povos eslavos do Principado de Kiev. A cristianização destes povos viria a contribuir para a fundação dos estados políticos no território destes povos – a Grande Morávia, o Império Búlgaro, a BoémiaPolóniaHungria e o próprio Principado de Kiev.[86]