Apesar de Carlos Magno ter previsto a continuidade da tradição franca em dividir o reino entre todos os seus herdeiros, isto seria interrompido quando apenas um dos seus filhos, Luís I, o Piedoso se encontrava vivo em 813. No mesmo ano, Carlos Magno coroa Luís como seu sucessor, tendo morrido no ano seguinte. O seu longo reinado de 26 anos seria marcado por várias divisões internas do império entre os seus filhos e, depois de 829, várias guerras civis entre grupos de alianças de pais e filhos contra outros herdeiros, em disputa sobre o domínio de várias partes do império. A determinada altura, Luís reconheceu como imperador o seu filho mais velho Lotário I e cedeu-lhe o território de Itália. Luís distribuiu o restante império entre Lotário e Carlos II, o seu filho mais novo. Lotário assumiu o domínio da Frância oriental, a leste do Reno, deixando a Carlos a Frância ocidental, o território a oeste da área do Reno e dosAlpes. Ao filho do meio, Luís o Germânico, que havia iniciado disputas constantes, foi-lhe permitida a regência daBaviera, ainda que sob tutela do seu irmão mais velho. Esta divisão viria mais tarde a ser contestada. Pepino II da Aquitânia, neto do imperador, rebelou-se na tentativa de conquistar a Aquitânia, enquanto que Luís o Germânico tentou anexar a Frância Oriental. Luís I morreria em 840, com o império em convulsão.[71]
À sua morte seguiu-se uma guerra civil de três anos, que culminaria com a assinatura do Tratado de Verdun em 843. O tratado determinou a criação de um reino entre os rios Reno e o Ródanoadministrado por Lotário em conjunto com as suas posses de Itália, e o reconhecimento do seu título imperial. Luís o Germânico assumiu o controlo da Baviera e das terras orientais da actual Alemanha. Carlos recebeu o território ocidental Franco, no que é hoje grande parte da França.[71] Os netos e bisnetos de Carlos Magno dividiriam por sua vez os seus reinos pelos seus descendentes, o que viria a desagregar toda a coesão interna alcançada neste período.[72]
A desagregação do Império Carolíngio foi acompanhada por invasões, migrações e incursões de forças externas. As costas Atlântica e norte foram cobiçadas pelos Vikings, que já se haviam instalado no norte das Ilhas Britânicas e na ilha da Islândia. Em 911, o líder viking Rollo recebeu permissão do rei franco Carlos, o Simples para estabelecer uma colónia no território que viria a ser a Normandia.[73] Os territórios orientais dos reinos francos, sobretudo a Alemanha e a Itália, estiveram sob constante ataque dos povos Magiares até à sua derrota na Batalha de Lechfeld em 955.[74] A fragmentação da dinastia Abássida trouxe consigo a desagregação do mundo islâmico numa série de pequenos estados políticos, alguns dos quais que viriam a expandir-se para a Itália e Sicília, chegando mesmo a instalar colónias nos Pirinéus e em áreas nas fronteiras a sul dos reinos francos.[75]