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Arte e arquitectura
Arte e arquitectura

Um folio do Livro de Kells, uma iluminurado fim do século VIII ou início do século IX.[87]

Aos programas das grandes basílicas do século IV sucede-se um período de súbita diminuição de escala nas edificações que se prolongará até ao século VIII, sendo muito raros os programas de grandes edifícios. Por outro lado, verifica-se um surto construtivo de edifícios de pedra de menor escala durante os séculos VI e VII. Por volta do século VIII, a forma basilical é recuperada para os templos religiosos no Império Carolíngio.[88] A mais significativa inovação formal foi a introdução do transepto,[89] o corpo saliente perpendicular à nave que confere à planta a sua forma de cruz.[90] São também introduzidas as torres de cruzeiro[91] e um pórtico monumental de entrada no templo, normalmente na fachada ocidental do edifício.[92]

A produção de arte carolíngia estava restrita a um pequeno grupo de encomendadores na corte, e aos mosteiros e igrejas dos quais eram mecenas ou patronos. Foi marcada por um esforço em fazer reviver a dignidade e classicismo da Roma imperial e da arte bizantina, e influenciada em simultâneo pela arte insular das Ilhas Britânicas, conjugando os motivos ornamentais celtas e germânicos com formas e suportes mediterrânicos, e definindo já grande parte das formas artísticas que permaneceriam na arte Ocidental até o fim da Idade Média. Até os nossos dias chegaram sobretudo iluminurase entalhes em marfim, inicialmente adornos de objectos metálicos.[93][94] As peças em metais preciosos estavam entre as mais prestigiadas formas artísticas, mas fruto sobretudo da necessidade de metal que levou à sua fundição, são poucos os exemplos que chegaram até nós, sendo os mais comuns algumas cruzes como a Cruz de Lotário, vários relicários e alguns sítios arqueológicos extremamente ricos em artefactos de metal comoSutton Hoo em Inglaterra, Gourdon em França, Guarrazar em Espanha e Nagyszentmiklós na fronteira do Império Bizantino. Há ainda vários exemplares de broches presentes em fíbulas, peça fundamental de adorno pessoal das elites.[95] Os livros com a maior riqueza decorativa eram sobretudo evangeliários, tendo chegado até nós uma quantidade assinalável de exemplares, como o Livro de Kells ou os Evangelhos de Lindisfarne, ou o Codex Aureus de Saint-Emmeran, um dos poucos a conservar intacta a sua encadernação de ouro cravejado de pedras preciosas.[96] Foi também durante a corte de Carlos Magno que terá sido admitida a escultura monumental na Arte Cristã,[97] uma alteração crucial e que se manifestaria já no fim do período na presença comum de estatuária em tamanho real nas igrejas, como a Cruz de Gero.[98]