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O renascer do Estado
O renascer do Estado

A Baixa Idade Média também testemunhou a ascensão por toda a Europa de Estados-nação monárquicos fortes, particularmente na InglaterraFrança e nos reinos cristãos da península Ibérica -AragãoCastela e Portugal. Os longos conflitos do final da Idade Média vieram fortalecer o domínio real sobre o próprio território, ainda que tenham sido extremamente pesarosos com os camponeses. Os reis obtinham benefícios com os conflitos através do aumento territorial e da extensão da legislação real por todos os seus reinos.[173] O financiamento da guerra exigiu métodos de cobrança de impostos e, na maior parte das vezes, aumentos significativos na taxa de impostos.[174] A necessidade de obter o consentimento daqueles que eram taxados levou a que corpos representativos, como o Parlamento da Inglaterra ou a Assembleia dos Estados Gerais, ganhassem algum poder e autoridade.[175]

Joana d'Arc numa ilustração do século XV.

Ao longo do século XIV, a monarquia francesa procurou alargar a sua influência por todo o reino, sacrificando as possessões da nobreza.[176] Esta expansão foi alvo de resistência quando tentou confiscar as possessões da coroa inglesa no sul de França, o que levou à deflagração da Guerra dos Cem Anos,[177] que se prolongaria até 1453.[178] O próprio reino francês esteve na iminência da desagregação durante os primeiros anos do conflito devido ao esforço de guerra,[179]situação que se voltaria a repetir durante os primeiros anos do século XV e apenas invertida no fim da década de 1420, com as sucessivas vitórias militares deJoana d'Arc e à vitória final do reino francês ao capturar a última colónia inglesa no sul de França em 1453.[180] No entanto, estima-se que a população francesa no final do conflito tinha diminuído para metade. Paradoxalmente, a guerra viria a contribuir significativamente na formação da identidade nacional inglesa, proporcionando a união de várias identidades locais numa identidade cultural única e distinta da influência cultural francesa dominante até ao início da Guerra dos Cem Anos.[181] A guerra marcou também a introdução de nova tecnologia de combate, como o arco longo[182] e do canhão de combate na Batalha de Crécy em 1346.[149]

Sacro Império Romano-Germânico permaneceu estável durante o fim da Idade Média. No entanto, a natureza electiva da coroa imperial impediu a formação de qualquer dinastia forte.[183] Mais a leste, os reinos da PolóniaHungria e Boémia ganharam poder e influência.[184] Na península Ibérica, continuava o processo de reconquista dos reinos muçulmanos do Sul,[184] embora Portugal se tenha concentrado ao longo do século XV na expansão ultramarina, enquanto os restantes reinos lidavam com problemas sucessórios e instabilidade social no mesmo período.[185][186] A Inglaterra, após a derrota na Guerra dos Cem Anos, entraria num longo período de guerra civil conhecido como Guerra das Rosas, que duraria até ao fim da década de 1490.[186] Os reinos escandinavos da Noruega, Dinamarca e Suécia foram brevemente unificados durante a União de Kalmar, no final do século XV e nas primeiras décadas do século XVI, mas voltariam a desagregar-se depois da morte da rainha Margarida I. As maiores potências do mar Báltico continuavam a ser as cidades-Estado da Liga Hanseática. cujas rotas comerciais se estendiam da Europa Ocidental até à Rússia.[187]