John Duns Scotus (n. 1308)[nota 5] e Guilherme de Ockham (n. circa 1348),[138] lideraram uma das mais notáveis reacções contra a escolástica medieval, rejeitando a aplicação da razão na fé. Os seus esforços, aliados aos de vários outros autores, levariam à renúncia do ideal platónico do "universal". A persistência de Ockham em que a razão opera de forma independente da fé permitiu à ciência separar-se em definitivo da teologia e filosofia.[197] O Direito pautou-se pelo avanço sólido do direito romano em áreas de jurisprudência anteriormente governadas pelo direito consuetudinário. A única exceção foi a Inglaterra onde prevaleceu o direito comum. Vários países fizeram um esforço no sentido de codificar as leis, tendo sido promulgados códigos jurídicos em estados tão diversos como Castela, Polónia e Lituânia.[198]
A educação permanecia ainda direccionada ao futuro clero. A aprendizagem básica de letras e aritmética podia ser feita na própria província da família ou através do clero local, mas os assuntos secundários do trivium - gramática, retórica e lógica - eram estudados nas escolas catedrais presentes nas grandes cidades. Difundiram-se também as escolas comerciais, chegando algumas cidades de Itália a ter mais do que um destes empreendimentos. Durante os séculos XIV e XV apareceram também uma série de novas universidades por toda a Europa. Surgem grandes autores da literatura vernacular, como Dante,Petrarca e Giovanni Boccaccio na Itália do quattrocento, Geoffrey Chaucer e William Langland em Inglaterra e Cristina de Pisano na França. A literatura continuou a ser sobretudo de natureza religiosa, mas embora muitas destas obras continuassem a ser escritas em latim, aumentou a procura de textos que se debruçassem sobre santos e outros temas religiosos em línguas vernaculares. No teatro, surge o género de peças miraculosas patrocinadas pela Igreja.[198] A invenção da prensa móvel por volta de 1450, trouxe consigo a democratização e facilidade na impressão de livros, e deu origem a inúmeras editoras em toda a Europa.[199]
Durante o início do século XV, os países da península Ibérica começaram a patrocinar explorações além das fronteiras da Europa. O Infante D. Henrique de Portugal (m.1460) foi o impulsionador de expedições que viriam a descobrir as Ilhas Canárias, Açores e Cabo Verde ainda durante a sua vida. Em 1486,Bartolomeu Dias (m.1500) navegou ao longo da costa ocidental africana até ao Cabo da Boa Esperança, ponto de difícil passagem que seria superado em 1498 por Vasco da Gama (m.1524), abrindo assim a rota marítima para a Índia.[200] Os reinos de Aragão e Castela financiaram a viagem expedicionária de Cristóvão Colombo (m.1506) que em 1492 viria a descobrir a América.[201] A coroa inglesa, na figura do Rei Henrique VII (r. 1485–1509) financiou a viagem de Giovanni Caboto (m. 1498), que em 1497 chegaria à Ilha de Cape Breton.[202