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Arquitetura e arte
Arquitetura e arte

 

Pantocrator. Fresco românico da autoria do Mestre de Taüll, actualmente no Museu Nacional d'Art de Catalunya.

Ao longo do século X, a edificação de igrejas e mosteiros é feita sobretudo através da mimetização e aperfeiçoamento dos modelos estéticos vernaculares romanos, o que estaria na origem da designação românica. As próprias construções romanas eram muitas vezes demolidas e recicladas, aproveitando-se o material disponível e integrando-se métodos e motivos ornamentais antigos nas novas construções. A partir das primeiras experiências durante o que se convencionou designar de Primeiro Românico, o estilo desenvolveu-se e propagou-se pela Europa de forma notavelmente homogénea, motivado por um surto sem precedentes a nível de construção de novos espaços religiosos.[150] Praticamente todos estes espaços foram decorados com pinturas murais,[151] embora hoje em dia sejam muitíssimo poucos os exemplos sobreviventes.[151] Entre as características mais distintivas do românico conta-se os paramentos de grande espessura, o uso do arco de volta perfeita, aberturas de pequena dimensão, e o uso de arcaria cega nas paredes.[152] Os grandes portais profusamente decorados com escultura e alto-relevos, quase sempre pintados, tornam-se um dos elementos centrais das fachadas, sobretudo em França. Os capitéis são na sua maioria decorados com motivos animalistas e figuras de bestiário.[153]Desenvolve-se também a forma característica da fortaleza Europeia, crucial para a política e guerra.[154]

A ourivesaria românica atinge um dos seus períodos áureos durante arte mosana, onde se destacam artistas como Nicolas de Verdun e obras de matriz clássica como a pia baptismal de São Bartolomeu, que contrastam com as figuras distorcidas de grande parte da figuração contemporânea.[155]As iluminuras de maior riqueza artística encontram-se normalmente em bíblias e saltérios. A pintura mural no interior das igrejas está quase sempre presente, e segue na sua maioria um esquema narrativo fixo, mostrando o Juízo Final no lado ocidental e Cristo em Majestade no lado oriental, com várias narrativas bíblicas ao longo da nave ou, mais raramente, a pintura do próprio tecto como na Abadia de Saint-Savin-sur-Gartempe.[156]

A partir do início do século XII, desenvolve-se em França a arquitetura gótica, distinta sobretudo pelo recurso a abóbadas de cruzariaarcos quebrados,arcobotantes e aberturas de maiores dimensões, preenchidas com vitrais. O gótico permaneceu uma opção estética comum até ao século XVI em grande parte da Europa, e está presente sobretudo em igrejas e catedrais de grandes dimensões, como a Catedral de Chartres ou a Catedral de Reims.[157]

Durante a Baixa Idade Média, a prática da iluminura e da cópia literária passa gradualmente dos mosteiros para oficinas especializadas, e já durante o início do século XIV a maior parte dos monges comprava livros nas livrarias.[158] Surgem também os livros de horas enquanto forma de devoção para os leigos. A ourivesaria continua a ser a mais prestigiada forma de arte, e o esmalte de Limoges uma das técnicas mais usadas em relicários e cruzes.[159] Em Itália, durante o século XIV, o pioneirismo de mestres como Giotto e Duccio contribui para uma cada vez maior sofisticação da pintura de painel e da técnica do fresco.[160] A arte secular desenvolve-se sobretudo a partir do século XII, fruto da prosperidade crescente das classes abastadas, chegando até nós imensos exemplares de entalhes de marfim, como peças de jogo, pentes e pequenas figuras religiosas.[161]